Edra e Ziraldo: Uma História Maluquinha

Meu primeiro contato com Ziraldo foi em 1977, no aniversário de 70 anos do pai dele, o Sr. Geraldo Alves Pinto (que hoje dá o nome a rua onde moro). Na ocasião mostrei a ele a minha pasta de desenhos.

Anos depois, em 1988,  eu pedi a ele um prefácio para o meu livro de cartuns "Se Rir Eu Choro...". Ele nem sabia mais quem eu era, mas conheceu e gostou do meu trabalho.. Depois de uns quatro meses de telefonemas recebi o prefácio, por coincidência, no dia do meu aniversário!

Ainda em 1998, já como cartunista profissional em Brasília, idealizei o Salão de Humor de Caratinga, e quando ele foi enfim realizado, instituí o "Troféu Pererê", para perenizar o evento em sua homenagem.

Em 2000, ele fez o seu primeiro cartaz para o salão de Humor de Caratinga, que estava em sua terceira edição. Depois voltou a fazer o do sexto, sétimo e oitavo. No encontro com Ziraldo, em uma noite de autógrafos em Brasília, em 2006, ele se aproximou de mim, fez a maior festa, virou pra fila de leitores e fãs presentes e disse a em voz alta - este menino é doido! Ele realiza em Caratinga uma salão de humor fantástico! - E me perguntou quantos cartazes ele já tinha desenhado para o Salão. Eu respondi que foram 4. Ele colocou a mão sobre os meus ombros e me disse: - pois agora quero desenhar todos daqui pra frente, até eu morrer!. Respondi de bate pronto: "vida longa pra você, meu mestre!

Com o passar dos anos, cresceu a amizade e a confiança e fizemos muitas parcerias em edições de livros e revistas.

Em 28 de novembro de 2009, foi inaugurada a Casa Ziraldo de Cultura, por mim idealizada,  e que é hoje, junto com o monumento do Menino Maluquinho e o Salão Internacional de Humor de Caratinga, uma das maiores homenagens  prestadas a este caratinguense ilustre, em sua terra natal.

Para simbolizar esta união e amizade entre um fã e o seu ídolo máximo que atuam na mesma profissão, estão acima a caricatura que eu fiz pra ele e a caricatura que ele fez pra mim.

Privilégio de poucos...

"E quem um dia irá dizer que existe razão nas coisas feitas pelo coração? E quem irá dizer que não existe razão..." 

(Renato Russo)